Analistas do Itaú BBA enxergam cenário de recuperação da produção de cana em 2022/23 e manutenção de boas margens, ainda que os custos elevados gerem aperto

“Durante muito tempo, as usinas vinham aos bancos, mas hoje o fluxo está bastante diferente: creio que os bancos vão às usinas”. A visão do diretor de agronegócios do Itaú BBA, Pedro Fernandes, faz parte de um cenário de capitalização e rentabilidade onde o setor sucroenergético se encontra.

Fernandes destaca que, durante um longo período, o tema da restrição de crédito para as empresas de açúcar e etanol foi relevante. Agora, apesar da quebra safra vivida na temporada 2021/22, o setor está bem mais rentável. “As companhias estão em um nível de alavancagem muito saudável e existe muito mais oferta de crédito para o setor do que demanda”, garante.

Ele enxerga que as empresas têm sido capazes de aproveitar o bom cenário de preços para se capitalizarem, diminuírem o total de dívidas e fazerem os investimentos necessários “até por uma dificuldade de expansão que o setor vive”.

As sucroenergéticas têm a característica de crescerem em “módulos muito grandes”, conforme o diretor de agronegócios: “Quando falamos de construir uma nova unidade ou de aumentar a capacidade de moagem, o cenário que existe de competição por terras com outras commodities torna mais difícil a expansão da capacidade ou da área física coberta por canavial”.

Por isso, ele projeta um baixo crescimento no número de hectares com canaviais, o que consequentemente gera restrição na oferta e bons preços dos produtos que têm capitalizado as usinas.

A análise foi feita durante a oitava edição do Agro em Pauta, realizado na última terça-feira, 29, pelo banco

Fonte: novacana.com