A consultoria disse que a oferta total de soja deverá aumentar 18%, passando para 154,53 milhões de toneladas. A demanda total para a soja (entre consumo interno e externo) está estimada em 144,6 milhões de toneladas

 As exportações de soja do Brasil podem alcançar o recorde de 91,5 milhões de toneladas em 2023, acima dos 77,2 milhões estimados para este ano, diante de uma recuperação esperada para as lavouras de 2022/23, após quebra por seca no último verão, disse hoje (22) a consultoria Safras & Mercado.

 Em seu primeiro levantamento sobre oferta e demanda para 2023, a consultoria disse que a oferta total de soja deverá aumentar 18%, passando para 154,53 milhões de toneladas –considerando uma produção de 151,5 milhões, estoques de 2,9 milhões e uma pequena parcela de importação.

 “A recuperação da produção brasileira, com novo potencial produtivo recorde, deve levar também a novo recorde de exportações”, disse em nota o analista da Safras Luiz Fernando Roque.

 “O Brasil deve recuperar parcela perdida para os EUA devido à quebra produtiva de 2021/22”, acrescentou ele.

 A consultoria projeta o esmagamento de 49,5 milhões de toneladas em 2023 e de 47,9 milhões de toneladas em 2022, com uma elevação de 3% entre uma temporada e outra, amparada por boas margens industriais.

 Segundo Roque, há possibilidade ainda de maior demanda por biodiesel, o que deve contribuir para o aumento do esmagamento.

 A demanda total para a soja (entre consumo interno e externo) está estimada em 144,6 milhões de toneladas, alta de 13% sobre o ano anterior.

 Desta forma, os estoques finais de 2023 deverão subir 239%, para 9,92 milhões de toneladas, de acordo com os dados.

 “Com a provável supersafra, os estoques finais devem ter um forte crescimento, mesmo com o aumento do consumo”, afirmou o analista.

 Subprodutos

A produção de farelo de soja deve alcançar 38,05 milhões de toneladas em 2023, avanço de 3%, informou a Safras.

 Na mesma linha, os embarques estão estimados em alta de 3%, para 18,7 milhões de toneladas, enquanto o consumo interno está projetado em 19,2 milhões, aumentando 5%. Assim, os estoques podem subir 7%, para 2,4 milhões de toneladas.

 Já a produção de óleo de soja deverá aumentar 3%, para 10,05 milhões de toneladas.

 O Brasil deverá exportar 1,9 milhão de toneladas do produto, com queda de 10% e, por outro lado, o consumo interno deve subir 3%, para 8,15 milhões de toneladas.

 “O uso para biodiesel deve aumentar 10% para 4,5 milhões de toneladas. A previsão é de estoques (de óleo de soja) subindo 6% para 333 mil toneladas” (Reuters, 22/7/22)