Grupo de pesquisadores se uniu para encontrar soluções no plantio do arroz em uma área que é castigada pela seca no Chile

De acordo com os pesquisadores do IEA, no mês de janeiro de 2022 em comparação com janeiro de 2021, houve importantes variações nos valores exportados dos principais grupos de produtos do agronegócio paulista, com aumentos para os grupos produtos florestais (+66,7%), carnes (+47,2%), café (+38,0%), sucos (+6,2%) e do complexo soja (4.155,7%) e queda do complexo sucroalcooleiro (-31,8%). Essas variações nas receitas do comércio exterior são derivadas da composição das oscilações tanto de preços como de volumes exportados.

Desses grupos relevantes do agronegócio, o sucroalcooleiro é o que apresenta a maior participação (25,4%) nas exportações paulistas. No total, o grupo caiu 31,8% em valores e 45,0% em volumes exportados, devido à queda do desempenho das vendas externas do açúcar (-27,7% em valores e -42,8% em volume). Para o álcool, os embarques apresentaram quedas ainda mais acentuadas de 52,8% em volume e de 67,0% em valores, quando comparados com o mesmo período de 2021. Os principais compradores desse grupo foram Argélia (16,2%), Marrocos (11,0%), Rússia (9,2%), Coreia do Sul (7,5%), União Europeia (6,8%), China e Nigéria (6,5% cada).

O grupo de carnes tem a segunda posição na pauta do estado, apresentando ganhos em valores (47,2%) e volume (27,7%) em relação a janeiro de 2021. A carne bovina, com maior contribuição no grupo, registrou aumentos de 42,8% em valores e de 15,2% em volume exportado. Os principais destinos em participação foram: China (49,9%), Estados Unidos (11,3%), União Europeia (8,3%), Hong Kong (4,1%), Filipinas (3,7%), Egito (2,1%) e Chile (1,9%), enquanto os demais países compradores somam 18,6% de participação.

Os produtos florestais aparecem na terceira posição da pauta paulista de vendas do agronegócio, com ganhos em desempenho em janeiro de 2022, com aumentos de 66,7% em valores e de 63,1% na quantidade em relação a janeiro do ano anterior. O produto papel, principal item do grupo, obteve variação positiva quanto aos valores (23,2%) e negativa em relação ao volume (-2,0%). As exportações dos produtos de celulose apresentaram elevação nos valores (151,8%) e nos embarques (120,5%). O principal destino em participação de valores exportados é a China (40,5%), seguida pela União Europeia (9,8%), Estados Unidos (7,9%), Argentina (7,4%), Peru (6,2%) e Chile (6,1%).

O suco de laranja (FCOJ concentrado) exibiu aumentos de 10,5% no valor e de 0,1% em volume exportado. Para o suco NFC (não congelado), as vendas externas cresceram em valores (9,6%) e em volume (2,9%). Já os outros sucos de laranja não fermentados obtiveram quedas de 1,2% em valores e de 10,3% em volumes. A variação total das exportações do grupo de sucos foi positiva de 6,2% em valores e 0,1% em volume na comparação com o mês de janeiro de 2021. Os maiores compradores desse grupo são União Europeia (59,7%), Estados Unidos (14,6%), Japão (10,5%) e China (6,5%).

Para o grupo do café, os resultados apontaram aumento de 38% nos valores e queda de 17,2% no volume das exportações paulista. O principal produto deste grupo é o café verde, que apresentou aumento de 29,6% em valores e diminuição de 23,8% em quantidades exportadas pelo estado e o café solúvel exibiu crescimentos de 46,9% em valores e 17,7% em volume comercializado. A União Europeia é o principal destino e suas compras representam 36,9% do valor exportado. Na sequência aparecem Estados Unidos (24,3%), Japão (8,8%) e Argentina (4,4%).

O grupo composto pelo complexo soja apresentou no mês de janeiro de 2022 desempenho positivo com aumento nos embarques (3.460,7%) e em valores (4.154,7%). A soja em grão apresentou variações expressivas de valores e volumes (60.521,0% e 43.830,1%, respectivamente), quando comparados com o mesmo mês em 2021. Esse resultado altamente positivo é resultado da recuperação da produção na safra atual, já que a safra anterior foi prejudicada pela indisponibilidade do produto ocasionada pelo atraso do plantio por conta da falta de chuvas nos meses de setembro e outubro de 2020. A China (81,0%) foi o principal destino em termos de participação de valores, seguida da Índia (11,0%) e Tailândia (3,5%).

Os principais produtos da pauta de importação do agronegócio paulista em janeiro de 2022 foram salmões (US$29,62 milhões), seguido do papel (US$27,49 milhões) e de trigo (US$24,08 milhões).

Dos 57 hectares plantados com arroz, ele destinou 2.500 metros quadrados para estabelecer um lote de prática e assim testar novas variedades e uma prática que economiza até 50% da água utilizada, chamada SRI (siglas em inglês para System of Rice Intensificaction), um sistema intensivo de cultivo de arroz que permite plantar a seco e de forma intensificada.

Em sua propriedade, junto a uns vinte produtores do arroz, participa regularmente de atividades de capacitação relacionadas à genética, mecanização e monitoramento do desenvolvimento das plantas, que em pleno verão austral estão em processo reprodutivo.

A metodologia é coordenada pelo Instituto de Pesquisas Agropecuárias (INIA) do Chile e pela Representação do Instituto Interamericano de Cooperação para a Agricultura (IICA) no país, no âmbito de um projeto da Fundação para a Inovação Agrária (FIA).

Primeiro, são formados grupos e estabelecidos quadrantes de medição, com o objetivo de contar as plantas por cada ponto, contar perfilhos e utilizar o app Canopeo para avaliar a percentagem de cobertura no solo. Em seguida, falam sobre irrigação e temperatura, compartilham dados e medições, estimam custos do ensaio e rateiam as despesas que são feitas diariamente para somá-las para ajustar e projetar resultados.

“A importância desse projeto do INIA, do IICA e dos agricultores, que já pela terceira vez volta a se encontrar nesses ensaios, é que possamos ter uma variedade de arroz que seja mais precoce e que utilize menos água, e o que queremos alcançar para o futuro é que, em vez de ter um arroz em 150 dias, o tenhamos em 120 dias, isso aliviaria bastante as despesas de água, que são as mais importantes atualmente, bem como a mudança do clima”, contou Nelso.

“As plantas agora estão espigando e esperamos que deem frutos e produzam 100% de grãos, nesse caso, ficaremos felizes e satisfeitos em obter um arroz que não requer muita água e somente precisa ser irrigado, e com isso nos damos por satisfeitos”, complementou esperançado.

Karla Cordero, pesquisadora encarregada do Programa de Melhoria Genética de Arroz do INIA, do Chile, disse que observam as diferenças entre a variedade zafiro, que é a mais plantada no Chile, e uma linha avançada de arroz que é a primeira variedade de exportação. “Temos visto que também é um pouco mais precoce, de modo que esse sistema seria uma alternativa muito boa para economizar água, economizar insumos agroquímicos e produzir o arroz de maneira mais sustentável”

E acrescentou: “Nesse projeto, temos como estratégia a redução hídrica no cultivo de arroz, que é um dos cultivos com maior rastro hídrico, e para isso estamos colaborando com o IICA e na novidade de trabalhar nesses grupos de inovação participativa, onde está a experiência de nosso parceiro internacional, o IICA, que tem a experiência da extensão e sobre como fazer com que esse processo não seja apenas de pesquisa e inovação, mas do qual os produtores também participem de maneira permanente e ativa”.

Para Cordero, é de muita importância que a transferência e o desenvolvimento dessas novas pesquisas não aconteçam apenas em campos experimentais de institutos de pesquisa ou universidades, “mas diretamente nos campos dos produtores, tornando a pesquisa e o processo de adoção dessas inovações muito mais facilitadores e muito mais rápidos”.

Fernando Barrera, especialista em Extensão Rural do IICA, dirige e implementa processos participativos no Chile e em outros países das Américas. “A contribuição para a busca de soluções feita pelos agricultores e extensionistas é muito relevante para abreviar os processos de desenvolvimento e para a divulgação das soluções criadas por esses grupos”, disse.

“Na ocasião, a avaliação do vigor das plantas nos surpreendeu gratamente, em particular o desenvolvimento da linha genética avançada de grãos pesados de exportação, que tem um desempenho muito bom sob a metodologia SRI”, indicou o perito.

Fonte: Canalrural.com.br